Você sente dor no cotovelo? Não a ignore. Pode ser epicondilite medial.
Hoje, você irá conhecer o segundo tipo de epicondilite: a epicondilite medial.
Há algumas semanas, iniciei uma sequência de três posts para explicar a causa mais comum de dor no cotovelo em adultos: a epicondilite (clique aqui para ver o primeiro post sobre o tema). A única diferença entre a epicondilite lateral e a medial é o grupo de tendões acometidos. Vou explicar abaixo:
Epicondilite medial
A epicondilite medial foi descrita inicialmente como “cotovelo de golfista”, mas não acomete apenas os praticantes desta modalidade esportiva. Trata-se de uma entidade seis a dez vezes menos comum que a epicondilite lateral, o que não significa que seja rara.
É muito comum vermos pacientes em clínicas de fisioterapia tratando dessa doença. Na realidade, é a segunda maior causa de dor no cotovelo em um consultório ortopédico.
A epicondilite medial acomete frequentemente o membro dominante, em pessoas entre quarenta e cinquenta anos de idade, relacionado às atividades esportivas ou ocupacionais. Apresenta ainda uma tendência a piorar progressivamente caso não esteja sendo tratada adequadamente, causando dores constantes e a perda de força para atividades simples do dia a dia.
O que causa a epicondilite medial?
Hoje sabemos exatamente a causa dessa doença: esforços repetitivos e/ou sobrecarga dos tendões que se originam no epicôndilo medial. Isto ocorre principalmente em atividades esportivas (como jogar golfe) ou ocupacionais.
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Tendões acometidos na epicondilite medial
Ao longo do tempo, ocorrem as mesmas alterações degenerativas da epicondilite lateral (“tendinose angiofibroblástica”). Se você continua executando os mesmos movimentos e esforços que causaram o início da epicondilite, o processo de reparação tecidual fica incompleto e insuficiente para suportar atividades corriqueiras. Isto é: não cicatriza adequadamente! Este é o motivo de pessoas sentirem dor apesar do tratamento.
Quais são os movimentos mais prejudiciais?
Como já disse, tanto o excesso de força quanto de repetição é prejudicial para o tendão.
Os principais movimentos que sobrecarregam os tendões inseridos no epicondilo medial são:
- batidas da bola durante o jogo de golfe ou tênis
- exercícios na musculação
- movimento para torcer um pano
- carregar sacolas e malas com peso excessivo
- movimento de soltar parafusos (o movimento de apertar pode causar a epicondilite lateral)
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torcer pano causa epicondilite
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tenista também sobre de epicondilite medial
Esses são alguns exemplos, mas há outros que podem ser identificados em pequenas atividades do dia a dia.
Como é feito o diagnóstico da epicondilite medial?
Em primeiro lugar, consulte o médico especialista. Ele irá entender as queixas e realizar um exame físico completo. É importante afastar algumas doenças que podem confundir o diagnóstico, como por exemplo compressões nervosas (sendo a mais importante a do nervo ulnar) ou instabilidade do cotovelo por lesão ligamentar.
Os pacientes sentem dores na palpação da porção medial (interna) do cotovelo.
Para confirmar a suspeita do médico, é possível que seja necessário a realização de exames de imagem, sendo os mais importantes: radiografias, ultrassonografia ou ressonância magnética.
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Tratamento da epicondilite medial
Assim como na epicondilite lateral, o principal tratamento é o conservador (não cirúrgico). São diversas as opções: orientação de mudança de hábitos prejudiciais, fisioterapia, compressas frias com gelo, uso de órteses (aparelhos que minimizam a carga sobre os tendões), infiltração, medicamentos anti-inflamatórios, acupuntura, entre outros. Sabemos ainda que cerca de noventa e cinco porcento dos pacientes apresentam bons ou excelentes resultados com esses tratamentos.
Tão logo ocorra a melhora das dores, deve ser iniciado um programa de alongamento e exercícios de fortalecimento.
O tratamento cirúrgico pode ser indicado em caso de falha do tratamento conservador. A cirurgia visa basicamente retirar o tecido tendíneo doente e reinserir o restante de tendão sadio no osso. Diversas técnicas podem ser aplicadas, a depender da indicação do médico cirurgião.
Para saber mais sobre a melhor opção de tratamento para você, o que tem a fazer é consultas um médico especialista.
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Abs





