A epicondilite lateral é, sem dúvida nenhuma, uma das doenças mais comuns em consultório ortopédico, especialmente em consultas com especialistas em cotovelo.

Já falamos um pouco sobre a epicondilite no artigo anterior (veja aqui). E vale lembrar de um ponto importante para que entenda melhor este artigo.

Sabemos que ela pode acometer duas regiões principais do cotovelo, a depender do grupamento musculo-tendíneo acometido:

  1. lateral: extensores do punho e dedos, e supinador do antebraço.
  2. medial: flexores do punho e dedos, e pronador do antebraço.

Neste post, falarei exclusivamente da porção lateral, a mais acometida de todas.

Epicondilite lateral, a causa mais comum de dor no cotovelo em adultos

A epicondilite lateral é que acomete a origem comum dos extensores do punho e dedos. Foi inicialmente descrita como cotovelo de tenista (“tennis elbow“), por ocorrer em metade dos jogadores desta modalidade esportiva com mais de trinta anos de idade.

Mesmo recebendo este nome, apenas 5 a 10% dos casos são em atletas praticantes de tênis. A grande maioria dos casos de epicondilite lateral está relacionado a atividades ocupacionais, como os digitadores, cozinheiros, operários de linha de produção, motoristas, entre outros.

As estatísticas mostram que cerca de duas em cada cem pessoas no mundo inteiro sofrerão um dia com essa doença. É portanto o diagnóstico mais comum de doenças do cotovelo.

Tem ainda um importante impacto na sociedade, por acometer pacientes jovens, entre trinta a cinquenta e cinco anos.

Anatomia e diagnóstico da epicondilite lateral

epicondilite lateralApenas para que você saiba, o tendão que está doente na epicondilite lateral é o extensor radial curto do carpo, responsável pelo movimento semelhante ao de acelerar uma moto. Em 1/3 dos casos há ainda mais tendões acometidos, como por exemplo o extensor comum dos dedos (aquele que as mulheres usam quando esticam os dedos para mostrar as unhas).

epicondilite

O sintoma mais comum é dor na face lateral (externa) do cotovelo. O exame físico do médico pode confirmar a suspeita diagnóstica, com alguns testes que costumam reproduzir a dor do paciente.
epicondilite lateral

Podemos ainda utilizar alguns exames para confirmar o diagnóstico: Ultrassonografia, Ressonância Magnética ou Eletroneuromiografia dinâmica (pode indicar a compressão do nervo interesso posterior). Estes exames todos podem auxiliar, mas o mais importante para o diagnóstico ainda é a anamnese e o exame físico realizado pelo médico.

Fique alerta com esses sintomas! Você pode estar desenvolvendo epicondilite lateral

Os primeiros sinais aparecem de forma leve, em geral após o trabalho ou exercício físico, podendo durar de 24 a 48h. Conforme o quadro vai piorando, os sintomas começam a iniciar durante a atividade. Caso não seja tratado adequadamente, pode piorar evoluindo para perda de força e dor importante que impede a realização das atividades anteriores. Nos estágios mais avançados, a dor pode ser inclusive em repouso, sem movimentos ou esforços, até o estágio de dor noturna que interfira no sono.

Prevenção da epicondilite lateral

Como todos sabem, “é melhor prevenir do que remediar“. Portanto, aí vão as dicas de prevenção:

  1. identifique atividades do seu dia a dia que possam causar sobrecarga destes tendões. Pense bem em como carrega a bolsa, a mochila, sacolas etc. Modifique esses hábitos de vida.
  2. diminua atividades de força e repetição. Preste bastante atenção nos exercícios de academia que forçam o punho em extensão, nos treinos de tênis, squash, e nas atividades laborais (digitação, escrita em lousa etc).
  3. melhore a postura e a ergonomia do seu trabalho.
  4. realize exercícios de alongamento e fortalecimento regularmente.
  5. utilização de órtese em casos que já tiveram a lesão, e continuam executando as mesmas atividades.

Tratamento da epicondilite lateral

O melhor tratamento é o fisioterápico porque é efetivo em 90% dos casos.

Existem ainda outras opções de tratamento como o uso de órtese, infiltrações, terapia a laser, terapia por ondas de choque, acupuntura, ou até mesmo cirúrgico. São em geral indicados em caso de falha do tratamento inicial fisioterápico.

Os sintomas melhoram em alguns meses de tratamento, podendo durar até 1 ano em casos mais graves.

Para saber mais sobre a melhor opção de tratamento para você, o que tem a fazer é consultar um médico especialista.

Mande suas dúvidas!

Nossos comentários estão a disposição para isso. Caso prefira mais privacidade, encaminhe um email.

Abs

Compatilhar: