Muitas pessoas sofrem com a luxação acromioclavicular! Veja aqui se você é uma delas.

luxação acromioclavicular poderia ser chamada de luxação da clavícula, pois é a porção lateral deste osso que “sai do lugar”. Essa parte lateral da clavícula junta-se com o acrômio (osso que dá formato ao contorno do ombro) e constitui a articulação acromioclavicular. A rotura dos ligamentos desta articulação quando caímos sobre o ombro gera essa luxação.

Como ocorre a luxação acromioclavicular?

A causa mais frequente é a queda com o ombro apoiado no solo. Por mecanismo de defesa e reflexo, as pessoas posicionam o braço junto ao corpo e projetam o ombro para “amortecer” o impacto da queda. Aí é que mora o perigo! Os ligamentos que dão a sustentação e estabilidade são gradativamente estirados, parcialmente lesados, e rompidos completamente.

anatomia do ombro

anatomia do ombro

A luxação acromioclavicular uma lesão muito comum em atletas, correspondendo a 12% de todas as luxações da região do ombro. As pessoas mais acometidas são homens com menos de trinta e cinco anos e os esportes mais arriscados são:

  • rugby
  • hockey
  • esportes radicais (como downhill, snowboard e skate)
  • futebol
  • futebol americano
  • ciclismo

Há como prevenir?

As formas de prevenção da luxação acromioclavicular são muito aplicadas em esportes com alto risco desta lesão, podendo ser realizada por meio do uso de “ombreiras” como no futebol americano. Para os praticantes de downhill há também alguns desenhos menores, que podem ser usados.

Diagnóstico e tratamento da luxação acromioclavicular

Em primeiro lugar o médico irá examiná-lo para ver se há dor ou deformidade nesta articulação. Em casos mais graves pode-se notar um “degrau” importante na face lateral do ombro, mas nos mais leves haverá apenas a queixa de dor.

luxacao acromio-clavicular esquerda

Deformidade indicativa de luxação acromioclavicular esquerda (à direita da foto)

A seguir serão realizadas radiografias do ombro acometido e do lado normal (para comparação). A gravidade de cada caso varia de acordo com a quantidade de ligamentos estirados ou rompidos, e a escolha do tratamento é baseada nestas informações.

Radiografia demonstrando a luxação da articulação acromioclavicular esquerda (à direita da foto)

Radiografia demonstrando a luxação da articulação acromioclavicular esquerda (à direita da foto)

A realização de exames mais avançados para a escolha do melhor tratamento, como a ressonância magnética ou a tomografia computadorizada, é na grande maioria das vezes dispensável.

Tratamento

A escolha do tratamento depende do grau de lesão dos ligamentos. Há seis graus de lesão descritos, mas podemos representa-las pelos três grupos da figura abaixo. Nos graus um e dois a lesão é menor, podendo optar pelo tratamento não operatório. Já na luxação acromioclavicular de grau cinco (e podemos incluir neste grupo os tipos quatro e seis), há a preferência pelo tratamento operatório.

tratamento LAC

O tratamento não operatório é realizado com repouso, compressas frias de gelo e imobilização de tipóia para dar suporte ao ombro, sendo que nos casos mais leves dura cerca de uma a duas semanas. Já o retorno aos esportes de contato é liberado após seis ou dezoito semanas após o acidente, a depender da gravidade da lesão.

Quando a opção é pelo tratamento cirúrgico, procuramos reestabelecer a função dos ligamentos coracoclaviculares. A cirurgia pode ser realizada por via aberta (“cirurgia com corte”) ou por artroscopia (com pequenos “furos” no ombro por onde posicionamos a câmera e as pinças). A idéia básica é fixar a clavícula no processo coracóide com um amarrilho com fios altamente resistentes, laçando-o por baixo e “prendendo” na clavícula.

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Até mais.

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