O que é a tendinite?
A tendinite é uma doença muito comum, caracterizada pela inflamação do tendão. Os sintomas iniciais são dor, calor e inchaço no local acometido, e em casos mais avançados pode levar a perda de força para a execução de simples tarefas. Um movimento muito simples como escrever, digitar, ou segurar um copo d’agua pode ser extremamente penoso de ser executado.
A tendinite pode provocar muita dor e, dependendo do estágio da doença, causar perda de força, inchaço, atrofias, rigidez e até mesmo incapacidade do uso do membro afetado.
Quem costuma sofrer de tendinites?
Essa doença acomete pessoas de todas as idades, independente de raça, cor ou condição social, mas é mais comum em mulheres, na população economicamente ativa, principalmente após os 35 anos de idade, e em diabéticos. O risco é maior em movimentos repetitivos ou de carga excessiva: digitadores, uso excessivo de tablets ou celulares, trabalhadores de linhas de produção de fábricas, funcionários de limpeza, pedreiros, marceneiros, atletas amadores ou profissionais de tênis, golf, natação, handebol, futebol, triátlon etc.
Tendinites mais comuns
(clique nos links se quiser saber mais)
- epicondilite lateral (cotovelo de tenista)
- epicondilite medial (cotovelo de golfista)
- tendinite do manguito rotador
- tendinite calcária do ombro
- tendinite do tendão do bíceps
- síndrome de De Quervein (punho)
- tendinite do tendão de aquiles
- tendinite patelar ou da “pata de ganso” (joelhos)
O tendão é a a estrutura que liga o músculo ao osso.
O que causa a tendinite?
O tendão é a estrutura que transmite a força de contração do músculo ao osso, executando o movimento. Quando a carga a que o tendão é submetido ultrapassa a carga suportada, gera-se uma lesão, que será reparada pela inflamação. Esta lesão pode ser gerada por:
- Sobrecarga de intensidade
- Excesso de repetições
- Atrito excessivo
Mas afinal, como a tendinite ocorre?
O processo pelo qual nosso organismo cicatriza os machucados é a inflamação. É ela que mata os vírus, as bactérias, cicatriza os cortes de pele, consolida os ossos fraturados e assim por diante.
Nessa hora vem a dúvida: “Mas então, doutor, a inflamação não é ruim?”. Isso mesmo, ela é benéfica, mas quando excessiva pode causar dor, cicatrizes ou aderências indesejadas. A tendinite é portanto a inflamação para reparar as lesões sofridas pelo tendão.
Ao contrário do que muitos pensam, trata-se de uma doença grave e deve ser tratada precocemente para evitar reincidência e cronicidade.
Há cura para a tendinite?
Sim, e quanto mais cedo tratar, melhores e mais rápidos os resultados. Vou explicar…
Qual o tratamento? Pode chegar a gravidade de precisar de uma cirurgia?
Há 4 estágios principais da doença, e o tratamento é aplicado de forma diferente em cada uma delas.
- Fase inflamatória: os sintomas são dor, inchaço, aumento de temperatura e sensibilidade no tendão. O tratamento envolve o repouso, uso de órteses imobilizadoras para dar repouso a estrutura inflamada, compressas frias com gelo e o uso de anti-inflamatórios.
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- compressas frias com gelo
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- Imobilização indicada
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- Fase proliferativa: começa após a primeira ou segunda semana. Nesta etapa há uma produção aumentada de colágeno no intuito de cicatrizar o tendão. Estão indicados o repouso, exercícios leves e alongamentos.
- Fase de maturação: por volta de 3 meses de evolução. O colágeno depositado na fase anterior amadurecem suas ligações, fortalecendo o novo tecido. Indicado exercícios de alongamento e fortalecimento, para evitar a recorrência e a atrofia muscular.
- Fase de fibrose: consequência de episódios frequentes de tendinites não tratadas adequadamente. A inflamação excessiva gera aderências entre as estruturas, impossibilitando a função normal do tendão. Indicamos os alongamentos, e em casos mais graves, a liberação cirúrgica das aderências.
Como prevenir a tendinite?
A única forma de evitar a doença é realizar exercícios de alongamento e fortalecimento, e evitar movimentos com posturas inadequadas, repetitivos ou de carga excessiva. Para cada articulação há uma forma específica de prevenção de tendinite e lesão tendínea, mas todas seguem essa mesma regra e princípios fundamentais.
Nos próximos artigos iremos detalhar algumas formas de prevenção específicas do ombro e do cotovelo.
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Dr. Gustavo…li seus posts e gostaria de saber se pode responder uma pergunta…
Recentemente fiz uma ressonancia e resultou em uma tendinite e lesão slap. Jogo volei. Mas meu ombro não saiu do lugar e não tenho dores insuportáveis. Estou fazendo fisio e vi esse tratamento de ondas de choque….acha que adianta em meu caso?
Obrigada Giovanna
O tratamento por ondas de choque pode trazer sim algum alívio às dores, mas pode piorar também. O fortalecimento do ombro é hoje a forma inicial de tratamento mais segura.
Olá, Doutor Gustavo. Gostaria de tirar uma dúvida. Pratico crossfit há quase 2 anos. Em maior deste ano tive uma tendinite no ombro. Tratei adequadamente, com antiinflamatórios e fisioterapia. Voltei em um ortopedista nesta semana para verificar se tá tudo ok, mas ele, sem ao menos ver exames de imagem ou fazer exame clínico, já disse que eu teria que parar de fazer o esporte. Não concordo com a opinião dele. Achei precipitado o diagnóstico. Acho que meu ombro está bem, pois recuperei a funcionalidade dele bem. Gostaria de uma segunda opinião. Ah, um detalhe importante é q tenho acrômio tipo 2 (algo q o médico não tinha visto antes do diagnóstico). Gostaria de saber se esse detalhe por si só já seria impeditivo para eu praticar um esporte como crossfit.
ola Camila.
Desculpe a demora em responder.
Os problemas no ombro são muito comuns em exercícios que envolvam força de elevação dos ombros acima da linha das escapulas. Definitivamente não sou contra Cross-fit, ou qualquer outra modalidade de esportes que possam vir a ser praticados. Como em todo esporte competitivo, e o método do Cross fit estimula isso, as lesões são mais comuns justamente por levar seu corpo ao limite do esforço. Existem formas de prevenir lesões, e isso sim acho que deva ser um cuidado especial.
Boa sorte nos treinos.
Evolua devagar.
Abs. Dr. Gustavo