Não deixe de saber por que a tendinite calcária do ombro merece sua atenção!

A tendinite calcária é causa importante de dor no ombro e pode prejudicar suas atividades diárias. Existe de forma leve ou com poucos sintomas em uma grande quantidade de pessoas, e de repente, inicia-se a fase dolorosa, muito incapacitante. Quem já foi a um pronto atendimento ortopédico e recebeu esse diagnóstico sabe bem como a dor é forte. Você precisa ler esse post caso já tenha sentido dor no ombro alguma vez na vida.

É uma doença caracterizada pelo depósito de cristais de hidroxiapatita nos tendões que compõem o manguito rotador, sendo o supraespinal o mais acometido.

Quem tem chance maior de desenvolver uma tendinite calcária?

A incidência é maior em mulheres entre trinta e cinquenta anos, e não há relação com outras doenças, nem tanto com reposição de cálcio ou vitamina D (esta é uma dúvida frequente em consultórios, devido à característica de deposição de calcificações no meio dos tendões do ombro).

A maioria (cerca de 60%) tem o depósito de cálcio nos tendões do ombro e não apresentam sintoma algum. Entretanto, quase a metade dessas irão apresentar sintomas ao longo da vida. Por outro lado, os outros quarenta por cento apresentam a doença junto com sintomas dolorosos já na fase inicial.

A causa é desconhecida e NÃO está relacionada a doenças sistêmicas como reumatismos, osteoporose, doenças da tireoide, diabetes, etc. Também não há relação com as doenças do ombro.

Como é feito o diagnóstico?

O primeiro indício de tendinite com depósito de cálcio é a dor muito forte, de início súbito, sem fatores precipitantes (o famoso “começou do nada”), com dificuldade de levantar o braço, movimentar o ombro ou pegar peso. O diagnóstico pode ser feito com radiografias simples, ultrassonografia ou ressonância magnética do ombro.

As fases desta tendinite estão relacionadas aos sintomas.

A tendinite calcária do ombro é dividida em três fases principais: pré-calcificada, calcificada e pós-calcificada.

A fase pré-calcificada é o período em que ocorrem alterações moleculares e celulares no tecido do tendão, sem que exista a deposição de cálcio, e sem sintomas.

Passamos então para a fase calcificada, a partir de quando observa-se a deposição de cálcio, podendo ser dividida em 3 outras fases:

  • de formação – há a formação do depósito de cálcio. Sem sintomas.
  • de descanso – dor mínima, esporádica.
  • de reabsorção – fase muito dolorosa! O nosso organismo começa a absorver o cálcio que está depositado no tendão

Para finalizar, a doença termina na pós-calcificada. O processo de reabsorção termina e a dor cessa por completo. Em geral ocorre a reabsorção completa, mas pode ser que reste um pequeno foco de cálcio residual (não absorvida por completo).

E o tratamento?

Na imensa maioria das vezes o tratamento é conservador (não cirúrgico). Nove em cada dez pacientes irão resolver completamente os sintomas dessa maneira. É necessário a realização de fisioterapia, compressas frias com gelo e uso de anti-inflamatórios, podendo inclusive ser necessário a realização de infiltração na articulação do ombro.

A escolha pelo tratamento cirúrgico é feita apenas quando os sintomas estão piorando, com dor constante apesar do tratamento conservador adequado. A idéia é remover o foco de cálcio, podendo ser realizada por artroscopia (técnica cirúrgica minimamente invasiva).

A recuperação é completa?

Na imensa maioria das vezes sim. A dor some por completo, e os movimentos e a força se normalizam. Os sintomas cessam, sem que necessariamente o depósito de hidroxiapatita do tendão tenha sido completamente absorvido. A dor deixa que existir quando o organismo para de reabsorver ou quando a reabsorção é completa, e não é possível prever em quanto tempo isso acontecerá.

Por outro lado, a doença pode evoluir com algumas complicações, que devem ser tratadas com atenção. As mais comuns são: tendinite bicipital, capsulite adesiva ou lesão do manguito rotador.

Caso tenha mais dúvidas sobre o assunto, pergunte-me.

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Abs

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