Tudo o que Você Precisa Saber sobre a Fratura de Clavícula – Fácil e Rápido!

A fratura de clavícula é uma lesão comum em indivíduos jovens, especialmente nos praticantes de esportes e atividades com risco de queda em alta velocidade. Muito frequente em acidentes de moto, queda de bike ou skate, ou esportes de contato (hockey, rugby ou futebol americano).

Há uma diferença importante entre homens e mulheres. A incidência é alta em indivíduos do sexo masculino com menos de vinte anos e em idosos. Já com relação ao sexo feminino, apesar de pouco mais comum em adolescentes e senhoras, não há uma variação tão grande entre as faixas etárias.

Incidencia de fratura de clavícula por faixa etária

Incidencia de fratura de clavícula por faixa etária

Essa diferença entre os sexos se deve ao fato dos adolescentes do sexo masculino sofrerem mais acidentes, principalmente devido aos esportes.

Como ocorre a fratura de clavícula

A fratura de clavícula pode acontecer por dois mecanismos: o indireto e o direito.

O indireto é o mais comum e ocorre quando o trauma na face lateral do ombro for mais forte do que a carga suportada pela clavícula.

fratura de clavícula

Agora, examine a sua clavícula! Verá como ela fica exposta, proeminente e com pouca proteção no tórax, logo acima do músculo peitoral. É por esse motivo que ela está em risco de sofrer lesões também por trauma direto.

Por que a clavícula é tão importante para o membro superior

Negligenciada inclusive por alguns profissionais, a clavícula exerce uma função muito importante para os movimentos do membro superior. É a única estrutura de suporte entre o braço e o tronco (esqueleto axial). Sem ela, todo o braço ficaria “flutuando” no tórax, sustentado apenas por músculos.

Pra que você entenda melhor, imagine agora uma vara de pescador! O pescador simboliza o nosso tronco, e suas mãos firmes, a articulação esternoclavicular.

A clavícula é representada pela vara de pescar, e na sua extremidade a articulação acromioclavicular. Tudo o que permanece “pendurado” (fio, anzol,  peixe fisgado) nada mais é do que todo o peso do nosso braço.

E se tirarmos “a vara de pescar” de cena? O ombro funcionaria bem? A falta desse osso no seu estado perfeito diminui a força de elevação do braço. Veja abaixo o porque isso acontece.

Aprenda a tratar a fratura da clavícula

Agora, neste exato momento, você irá aprender como tratar a fratura de clavícula.

Responda a pergunta: Você tem duas varas de pescar, e pretende arremessar a isca e o anzol o mais longe possível. Uma mede um metro, e a outra quatro metros. Qual você pegaria, a maior ou a menor?

Se você respondeu “a maior”, então acertou! De forma inconsciente escolhemos a com o maior braço de alavanca. A vara maior potencializa a energia de lançamento e a isca é lançada mais longe apesar da menor necessidade de força no arremesso.

Pronto! Você acabou de entender de forma fácil e didática um dos mais importantes princípios de tratamento da fratura de clavícula.

Uma das maiores preocupações dos especialistas em ombro na escolha do tratamento dessa fratura é o comprimento da clavícula, e algumas dessas lesões causam a diminuição do comprimento dela. De forma geral, para jovens e adultos, o encurtamento aceito nas fraturas é de no máximo 1,5 a 2,0 cm, e a única forma de corrigir isso é com cirurgia.

O que fazer se suspeita de fratura de clavícula

A primeira medida a ser tomada caso tenha sofrido uma queda sobre o ombro, ou mesmo um trauma direto na clavícula, e esteja com dor, é procurar um médico!

Em alguns casos já é possível fazer o diagnóstico apenas com o exame físico. Mesmo assim, a radiografia simples da clavícula deve ser realizada, confirmando a suspeita e indicando o tratamento. Outros exames raramente são necessários.

A próxima medida é a imobilização do membro com uma tipóia de suporte. A partir daí, vários fatores serão considerados para a decisão final de tratamento.

Formas de tratar a fratura de clavícula

Podemos dividir esse osso em 3 porções:

  1. terço proximal (próximo ao tórax e articulação esternoclavicular)
  2. terço médio
  3. terço distal (próximo ao ombro e articulação acromioclavicular)

Em 80-85% das vezes, as fraturas ocorrem no terço médio. A grande maioria delas pode ser tratada de forma não operatória. Exceção à regra são os casos onde o encurtamento é maior do que 2cm, ou quando não há contato ósseo entre os fragmentos.

As fraturas do terço proximal também são de tratamento não operatório na grande maioria das vezes.

Já as fraturas do terço distal, por acometerem a articulação acromioclavicular e os ligamentos do ombro, são na grande maioria dos casos tratadas com procedimento cirúrgico. Há diversas técnicas e possibilidades de tratamento de acordo com as lesões associadas, e isso deverá ser discutido com o seu médico.

Quanto tempo dura o tratamento da fratura da clavícula?

A cicatrização do osso (consolidação óssea) ocorre de forma gradual e progressiva. Em geral, é preciso seis semanas a dois meses para que o foco de fratura já esteja firme. As atividades físicas de impacto são mais seguras de serem realizadas a partir de seis meses, pois é a partir daí que o risco de re-fratura é menor.

O tratamento cirúrgico não antecipa a consolidação.

O tratamento cirúrgico não antecipa a consolidação, mas a fixação utilizada permite que o paciente possa retirar a tipóia e iniciar a movimentação do ombro em menor período de tempo. Isso se deve ao fato da fixação “segurar” os ossos no lugar enquanto o processo de consolidação avança. Todo paciente deve seguir as recomendações do médico que o operou.

Doutor, vou ficar normal depois do tratamento?

A grande maioria dos pacientes recuperam as funções normais após o tratamento. O índice de retorno as atividades físicas habituais é grande, incluindo os esportes mais exigentes.

Os principais fatores determinantes do resultado final dependem das características da fratura, do acidente, do paciente e da escolha do tratamento. Os que podem piorar o resultado são:

  • idade avançada
  • fratura em muitos “pedaços” (fragmentação óssea grave)
  • desvio importante dos fragmentos ósseos da fratura (falta de contato ósseo)
  • demora no início do tratamento (mais de 1 semana)
  • acidentes de alta energia (acidentes de carro, queda de moto…)

Os bons resultados aparecem quando as recomendações médicas são seguidas rigorosamente, e a reabilitação é feita de forma correta e no tempo adequado.

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